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Jogos de ação/aventura em terceira pessoa em um mundo aberto têm tanta chance de dar certo que a gente já começa qualquer análise do game com as expectativas lá em cima. Além do mais, é um projeto da Sega, é da série Yakuza e temos de volta o protagonista Kazuma Kiryu como único personagem jogável. Tem como dar errado? Claro que não. E não deu mesmo: Yakuza 6 é um jogaço.
Desenvolvido pela Sega com exclusividade para o PlayStation 4, Yakuza 6: The Song of Life chegou ao Ocidente em abril de 2018 depois de ter sido lançado inicialmente em dezembro de 2017 apenas no Japão. Esse hiato de alguns meses foi angustiante, mas valeu a pena: a conclusão da história de Kiryu é espetacular (calma, não daremos spoilers), o sistema de combate é brutal e temos duas cidades distintas para explorar (Kamurocho e Hiroshima). OK, não temos os OVNIs na história (quem teve aquela ideia genial, hein?), mas todo o resto está demais.
A grande sacada aqui é que Yakuza 6 conseguiu um balanceamento muito difícil entre entre sistema de combate viciante, história cativante e um certo humor oriental que dá um charme especialíssimo ao jogo.
Pela primeira vez na história da série, cada linha de diálogo foi totalmente dublada em japonês e traz o drama e o humor absurdo da série se desenrolando como uma experiência interativa de um filme nipônico.
O enredo básico joga Kiryu na vida “comum”, ou seja, ele não é mais um yakuza, um membro da rigorosíssima máfia japonesa. Tudo que ele quer agora é cumprir sua pena curta na prisão e se “aposentar” na bela ilha de Okinawa, porém, um problema familiar acaba descortinando uma conspiração política que não dará a paz que Kiryu tanto queria.
O jogo ficou bem familiar para quem já conhece a franquia, mas, ao mesmo tempo, tudo é construído de forma a não deixar perdido quem está conhecendo agora a série inclusive há uma opção no menu chamada Memories que resume os enredos dos títulos anteriores. Claro que os “novatos” precisarão dedicar um tempinho para aprender os macetes, conhecer o mundo aberto que o game oferece, mas pode ter certeza que o esforço será recompensadíssimo no final.
Também merece nossos elogios o fato de não termos aqui as insuportáveis telas de carregamento, pois o engine de Yakuza 6 permite transições suaves sem interromper a ação. Você tem ideia de como sonhamos com isso há anos? E olha que estamos falando de um mundo aberto de duas cidades que são visualmente muito fieis às originais da vida real. Ou seja, um belíssimo trabalho!
Para quem gosta de uma briga mas não tem paciência para os combos mirabolantes dos jogos tradicionais de luta, aqui a mecânica é simplificada pelo fato de termos apenas um personagem jogável, ou seja, apenas um para lutar. É claro que você pode fazer o upgrade de suas habilidades de luta, mas o basicão dá pra pegar rapidinho e já sair distribuindo uns tapas por aí. Além do mais, se conseguir decorar uma Heat Actions (sequência de comandos) boa já é suficiente, pois ela desencadeia um ataque violento que causa muitos danos.
Mas não pense que Yakuza foca apenas na pancadaria, pois na verdade há diversas histórias paralelas que funcionam como uma espécie de side-quests. E elas são tão divertidas quanto os minigames espalhados por Kamurocho, inclusive com clássicos da Sega, como Space Harrier e Virtua Fighter 5.
No geral, Yakuza 6: The Song of Life é uma mistura de ação, aventura e suspense, mas tudo encaixado de forma caprichada, com um final impressionante. Não importa se você já jogou ou não algum título anterior da franquia: Yakuza 6 vale o esforço!
(Fernando Souza Filho)