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Antes de mais nada, é preciso esclarecer que esse The Black Widow é um jogo muito curioso, bem diferente de tudo que a gente tem testado nos últimos anos. A premissa aqui é que você vai entrevistar e interagir com um espírito de uma serial killer para tentar entender o que de fato aconteceu com ela. O mais louco de tudo: essa é uam história.
Vamos começar do início: Louisa Collins é uma australiana que foi enforcada no fim do Século 19 por matar seus dois maridos. Mas o caso deixou muitas pontas soltas: o que de fato aconteceu? Será que ela é culpada mesmo? Ela era de fato uma serial killer? Agora, a sua tarefa é descobrir isso usando um Ouija, um daqueles aqueles tabuleiros usados para “comunicação” com espíritos. Através dele, você vai juntar as peças desse quebra-cabeças para desvendar o que de fato aconteceu com Louisa Collins. Esse é o enredo do instigante The Black Widow.
A primeira coisa que chama nossa atenção é que o enredo do game foi todo desenvolvido em cima dos documentos originais do processo da Corte Australiana que levou à condenação de Louisa Collins ao enforcamento. Considerada a primeira serial killer mulher da Austrália, Collins foi também a última pessoa condenada à morte pela forca no estado de New South Wales, localizado no sudeste do continente australiano. Depois dela, a pena de morte por enforcamento foi revogada naquela região.
Mas não pense que será fácil “tirar” pistas das conversas com o espírito. Na verdade, as respostas dela dadas através de respostas que chegam pelo tabuleiro de Ouija farão você criar seu próprio “veredito” sobre o que de fato aconteceu nesse que é considerado um dos mais misteriosos casos da história corte australiana.
Tanto os efeitos de áudio quanto os próprios vídeos do espírito “falando” são arrepiantes, ainda que não haja nada realmente “assustador” nas falas. Mas é através delas que você vai juntando as pistas para desvendar o grande mistério de Louisa Collins. Mas é preciso estar com seu inglês em dia, pois não há legendas em português.
Também vale notar que o game não exige muito do seu computador: um PC com 500 MB de HD livres, 1 GB RAM, um processador simples e um Windows 7 já permitem que ele rode tranquilamente, sem engasgar.
The Black Widow foi desenvolvido pelo Flux, estúdio australiano especializado em desenvolver jogos que ele próprio classifica como “trans-reais”, que misturam exploração e puzzles. A versão não-oficial para PC chegou a rodar em alguns sites da internet, mas somente no último dia 1º de agosto o título foi oficialmente lançado para PC, iOS e Android - e com preços para combater a pirataria: US$ 6 para PC e meros US$ 2 nos mobiles.
Vale lembrar ainda que a história de Louisa Collins já gerou dois livros, Last Woman Hanged: the Terrible True Story of Louisa Collins (Caroline Overington, 2014) e The Killing of Louisa (Janet Lee, 2018).
Particularmente, eu me diverti demais com a história e com o desenrolar do jogo, mas, sejamos sinceros, algumas sequências são lentas demais e acabam comprometendo o “fator replay” do game. Ainda assim, é divertido e vale cada centavo pago por ele.
(Fernando Souza Filho)