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Star Renegades é um game que tem uma apresentação magnífica, especialmente por seus gráficos coloridos em estilo pixels 2D que mescla um combate bastante interessante no estilo de RPGs japoneses antigos, com alguns elementos mais modernos.
A apresentação, porém, apesar de ser bastante empolgante, dá espaço para uma história não tão empolgante, e um sistema roguelike - aqueles jogos que geram fases com algumas mudanças e fazem o jogador repeti-las até conseguir melhores itens, estratégias ou sorte para conseguir vencer cada mundo.
A narrativa começa uma força autoritária enorme, uma criatura cibernética com o intuito de subjugar a humanidade e eliminar todo mundo. Com essa premissa, o jogo se desenrola em universos paralelos, em que o jogador explora diversos planetas e mundos diferentes para progredir e finalmente tentar impedir essa ameaça.
Você, então, controla um grupo de rebeldes renegados, que se juntam em grupos de guerreiros para enfrentar inimigos, conseguir itens melhores, bônus e vencer chefões.
O gameplay começa bem interessante e nos prende, tanto na história quanto no modelo de jogo. Cada personagem tem suas habilidades específicas, e o modo de combate consiste em usar a inteligência em uma espécie de quebra-cabeças para conseguir vencer.
Cada mundo abriga algumas criaturas secundárias, que você vence para explorar cada área a fim de conseguir itens, e aí a cada dois dias um acampamento é levantado, você pode usar cartas de bonificações para os combates e que também dão bônus de amizade e novos poderes ou melhorias na batalha, para só depois chegar ao final do nível e enfrentar o chefão local.
Esses mapas, porém, não oferecem liberdade de
exploração e são pré-determinados e revelados, não trazem surpresas
ou curiosidades adicionais.
Os personagens sobem de nível um a um. A cada batalha, você ganha
alguns pontos que podem ser aplicados neles. No entanto, a cada
nível, pouca coisa muda. Pontos de vida, de ataque, e eventualmente
alguma habilidade adicional é disponibilizada.
As habilidades também podem ser adquiridas por meio de equipamentos, e bônus e efeitos de ataque e defesa podem ser conseguidos tanto em itens no mundo e que podem ser disponibilizados nas fases ao serem comprados na base – que pode ser acessada depois de cada aventura. Lá, você gerencia missões, itens, tecnologias e o grupo de renegados que vão para as aventuras.
Depois da primeira sequência, porém, a gente tem uma ideia melhor do que o game se trata.
Infelizmente, a dificuldade é um pouco brutal. E você pode ter muitas experiências frustrantes com este game. A exemplo de perder horas de jogo por ter cometido um simples erro em combate. Mesmo porque não existe ali como exatamente curar seus aliados. No máximo, você consegue recarregar os escudos. Mas isso não é de muita serventia quanto os pontos de vida.
Os combates são bem interessantes. Trabalham com timing, quebras de ação, contra-ataques e poderes legais que podem causar diversos efeitos nos inimigos. Porém, podem ser bem letais até você conseguir entender direito como criar uma combinação de grupo que funcione. Até lá, você apanhou muito e se frustrou bastante.
Isso, infelizmente, pode fazer com que um jogador abandone o game rapidamente, levando em conta que a repetição é um grave problema ali. Pois a curva de aprendizado versus a recompensa que recebemos é bem minúscula. Tudo acaba se resumindo em um mesmo sistema. Entrar em um mundo, matar monstros, enfrentar chefão, morrer, começar tudo de novo.
Não há grandes atrativos na diversificação de itens, de habilidades, de como obter sucesso em um combate. Tudo parece um tanto “exato” demais. E isso pode ser decepcionante para quem busca uma diversão mais despretensiosa e flexível, como é o meu caso. Especialmente quando não temos uma história tão densa e profunda para sustentar o game.
De qualquer forma, vale a pena conferir apenas pelo visual, trilha sonora e pela ideia interessante do sistema de combate. Que, por sinal, seria perfeito se houvesse algumas pequenas melhorias ou talvez “ajudinha” para os jogadores que buscam algo menos hardcore, como eu.
Mas se você é daqueles que curtem um bom desafio e não liga para um jogo ser casca grossa, e até gosta disso, Star Renegades pode ser uma excelente opção.
Star Renegades foi lançado em setembro de 2020 para PC (já disponível no Steam), PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One.
(Fávio Croffi, editor do site GEEKNESS)