Não foi possível enviar. Confira o número e tente novamente.
A história da Blizzard com os consoles pode ser facilmente contada nos dedos - e não é por menos: a companhia nunca precisou de mais do que os PCs para se firmar como uma das grandes desenvolvedoras da história dos videogames. Só que o mundo mudou.
Quer dizer, não que eles precisem hoje em dias dos consoles para sobreviver, afinal, Diablo III, quando lançado em 2013 para PC, ultrapassou a impressionante marca dos 9 milhões de jogos. Mas quem em sã consciência passaria uma oportunidade de lucrar ainda mais? Eu sei que não passaria, ainda mais depois de um projeto que durou anos e mais anos de desenvolvimento.
A surpresa então vem na forma de que as versões consoles do jogo são ainda melhores que a do PC. “Como assim!? Blasfêmia!”, muitos dos jogadores mais tradicionais com certeza irão bradar. Mas repito: as versões para consoles PS3/X360 são melhores se o seu objetivo é apenas jogar.
Em seu formato básico, Diablo III é o mesmo jogo de 2013, entretanto, livre de tudo aquilo que pudesse piorar a experiência de todos aqueles que querem simplesmente se divertir e sofrer um pouco nas mãos das forças do Inferno ao lado de velhos e novos amigos. Para começar, não mais é necessário estar conectado à internet para jogá-lo, e foi adicionado a possibilidade de se jogar com até outras três pessoas dividindo o bom e velho sofá.
A jogabilidade também transitou perfeitamente para o mundo dos joysticks, novamente, superando o título original, de forma que as principais habilidades de seu personagem são mapeadas nos botões, e uma nova esquiva com o analógico direito (bem nos moldes de God of War) foi adicionada, garantindo mais brilho e complexidade ao combate que antes se resumia pelo clique-clique certeiro.
Mas a melhor novidade da versão console é na verdade uma ausência. Pois é, diga adeus à famigerada Casa de Leilões. A opção, nos PCs, permitia a jogadores comprarem e venderem suas armas raras gastando dinheiro in-game, ou mesmo notas reais – o que gerou uma verdadeira casta de jogadores/comerciantes que simplesmente buscavam os melhores tesouros para faturar uma grana extra. Até mesmo as regras in-game tendiam para a utilização do serviço. Quer um exemplo? No PC, muitos dos inimigos soltavam equipamentos sem relação com o do seu personagem, para que a troca e o comércio fosse estimulado. E como ficavam os jogadores que só queriam jogar?
Há, como em todo jogo, aquelas coisinhas que poderiam ser melhores, como o fato de não se poder escolher a dublagem americana, ou mesmo de dois jogadores não poderem acessar seus inventários ao mesmo tempo durante o coop local, coisa que jogos como Baldur's Gate e Everquest já haviam feito direito anos atrás - mas ainda assim, falamos de meros tropeços diante de um grande jogo.
Tenha você jogado Diablo III antes, ou deixado a aventura passar, saiba que as versões console são as versões definitivas em termos de qualidade e, o mais importante, diversão.
(Rodrigo Brasiliense)