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Os Cavaleiros do Zodíaco é aquele tipo de obra que dispensa apresentações em nosso país. O desenho animado original do Japão, ou anime antes que algum fã me ameace, que surgiu pela primeira vez por aqui na metade dos anos 1990, numa espécie de ''Efeito Chaves'', atravessa gerações até os dias de hoje acumulando fãs num sucesso que parece apenas crescer. Prova disso é que o novo game da série para PlayStation 3 e 4, terceiro a sair totalmente localizado para o Brasil, é ainda mais especial: o jogo chega totalmente dublado pelas mesmas vozes que deram vida aos personagens lá quando este que vos escreve estava apenas na quinta série - e muitos estavam nascendo
Alma dos Soldados, como seu antecessor, é um jogo de luta puro que revive as maiores batalhas da série. Porém, o novo título não faz muita firula. Ao invés de acompanhar novamente Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki desde a batalha das 12 casas até o icônico embate contra o Deus do Submundo, Hades, desta vez o jogador pode muito bem escolher o trecho da história por onde começar. Aproveitando a crítica também da última versão, foi incluso o capítulo intermediário de Asgard na trama, colocando os Cavaleiros de Bronze contra os temidos Guerreiros Deuses que servem Odin.
Não precisa nem dizer que a nostalgia rola solta. Acompanhar praticamente todos os cavaleiros que já apareceram durante o enredo trocando golpes e provocações com suas vozes originais brasileiras confere outro sentimento ao game, mas, claro, nada disso faria sentido se o gameplay não fosse divertido: Coisa que este jogo é. Muito melhor que o último lançado para PS3? Melhor sim, mas “muito melhor” é exagero. Em geral, todo o combate retorna bem mais fluente do que antes e agora combos antes impossíveis se conectam criando as mais belas sequências, entretanto, os desenvolvedores ainda insistem em certos ataques que interrompem demais o quebra-pau - vide os sempre belos Big Bang Attacks, que novamente acabam funcionando mais como medidas defensivas do que ataques em si.
Não são elementos que vão estragar a diversão daquela tarde jogada com amigos, mas tendem a frustrar sim principalmente aqueles que optarem por se aventurar online, onde a busca pelo mais belo combo da lugar a busca pelo jeito mais certeiro de vencer. De qualquer forma, o novo episódio conta com dezenas de personagens, muitos deles clones (leia-se: Seiya com seis armaduras diferentes), mas muitos totalmente inéditos, e a variedade de modos e formas para se destravar todos os combatentes geram, dependendo do jogador, pelo menos 20 horas de gameplay entre o modo história e os desafios paralelos.
Outra coisa que deve alegrar os fãs: Alma dos Soldados também traz os Cavaleiros de Ouro com suas novas Armaduras Divinas, apesar de não tocar realmente no enredo no novo anime que está em exibição Cavaleiros do Zodíaco: Soul of Gold. Como no caso dos clones, são novas armaduras para velhos personagens. Mas, sinceramente, não é o tipo de coisa que deve ser repreendia – não neste jogo.
Cavaleiros do Zodíaco é sim um jogo de luta, porém, uma produção muito mais voltada para o fã que acompanhou a série por seus longos anos, do que aquele que busca um título complexo para superar o desafio imposto por outros jogadores. Este é na verdade um jogo divertido, para tardes de domingo, para rir com os amigos e relembrar os bons tempos de infância.
(Rodrigo Brasiliense)