A Microsoft é uma megacorporação com mega-objetivos, inclusive no mundo dos games, com sua divisão de Xbox. Então, você deve imaginar que jogos independentes, os famos indies, não são exatamente o foco da empresa, certo? Errado. Erradíssimo! Desde que o programa ID@Xbox foi lançado, em abril de 2014, já foram jogadas 4 bilhões de horas de games independentes na plataforma Xbox. Isso dá cerca de 150 mil anos em horas jogadas. Dá pra imaginar?!?

O investimento nos títulos indies cresceu de maneira absurda nos últimos tempos, a ponto de o programa ID@Xbox estar chegando ao seu 800º título indie lançado, sendo que 300 deles saíram apenas nos últimos 11 meses.

Chris Charla, diretor geral do ID@Xbox

“Para os desenvolvedores, ser ‘descoberto’ é sempre um dos objetivos mais importantes”, explica Chris Charla, diretor geral do ID@Xbox, em entrevista ao site GamesIndustry. “Isso é algo sobre o qual conversamos aqui o tempo inteiro, ou seja, definir qual o momento certo de anunciar um game e como apresentá-lo ao público antes de seu lançamento oficial. E essa é uma situação que muda o tempo inteiro, a fórmula que funcionava tão bem 18 meses atrás pode não funcionar mais hoje. Por isso, é preciso saber a hora exata de anunciar e lançar um game indie.”

Um desses exemplos recentes é o fantástico Cuphead, jogo indie que parece um desenho animado dos anos 1930 e foi lançado em setembro de 2017 para PC e Xbox One.

Cuphead, um exemplo de enorme sucesso indie

“Quando Cuphead foi planejado, a ideia comum era de que deveríamos anunciar com bastante antecedência e esperar muitos artigos na imprensa, muitas discussões entre jogadores pelo máximo de tempo que fosse possível. Foi o que fizemos. Porém, durante o processo de desenvolvimento do jogo, essa percepção de mercado mudou”, lembra Charla. “Ainda assim, mantivemos o plano inicial até o fim e ele só funcionou porque o jogo é muito bom.”

Segundo ele, esse é um momento extremamente propício para os jogos indies. “Compare o que era em 2007 com o que é em 2018: a vida do desenvolvedor independente está muito melhor agora”, comemora ele. “O crescimento de editoras pequenas até mesmo minúsculas trouxe um leque de opções maiores para os desenvolvedores de jogos. Um desenvolvedor independente trabalha em um bom jogo por dois anos e consegue ganhar, por exemplo, US$ 500 mil. Nada mau viver assim, não é?”, brinca ele.

Como negar, não é mesmo?

(Fernando Souza Filho)